quarta-feira, 22 de novembro de 2006

para o amor com oitos


deixo-me inchar
fico balão cheio do ar que guardo
respiro lento com o peso das pálpebras
o amor nos fios nas estradas no hotel da cama

chuvisca e molha-me a visão
guardo o tesão para ti!

beijos

mais que o máximo

ainda mais que uma romã a avenida de roma escorrega no barulho dos carros
iogurtes de banana e café com gelo
um arrepio na espinha quando o gato velho tem olho remelado
mel melão o suór das axilas
molhado

hotel let, let me, memória
o rebuçado colado à lingua
a camisola manchada
o elevador em vez da escada.

domingo, 16 de abril de 2006

a outra sobrinha ana rita

foi neste dia de páscoa que levou com uma mão pesada na cara
- quantos quilos seriam?
a outra, a inês, puchava a toalha da mesa ao jantar até depois entornar o sumo amarelo em cima destes, de nós, no chão e eu a limpar com a mão sem haver sabão.

demos as graças a deus que não tem graça nenhuma
neste dia de páscoa que não tem graça alguma
pois as galinhas só põem ovos de ouro ou são estes cagados pelos coelhos de chocolate

a minha sobrinha inês

o dente encavalitado de bico afiado
rasga-lhe o sorriso até o ó sair da sua boca
a terra é tão pouca que a minha sobrinha é louca
não sabe contar
tem 5 cincos e 4 quatros
não usa brincos mas usa sapatos.
com o gato azul de olhos e pêlo de neve que o deita em cima do sofá
- dá-lhe com a pá!, para ele não rir, põe-se logo a fugir que aquece o frio lá fora, vai-se embora e eu cá.

quinta-feira, 13 de abril de 2006

não tenho titulo



acredito na sujidade

nas nódoas entre as unhas.

engulo-te para não te comer e tu gritas.

já não me chega o fogo da tua língua

chega-te mais perto de mim e diz-me ao ouvido coisas que já esqueceste

tens tempo e queremos ficar assim

agora pousas no meu coração e é isso o amor!

domingo, 2 de abril de 2006

Alter-Ego

o teatro bruto dá nova cara ao teatro misturando-o com cinema de 3 a 21 maio no cinema passos manuel!

terça-feira, 28 de março de 2006

calem-se as vozes escuras


uma coisa é certa
duas coisas também e ninguém conta
ninguém me disse tal coisa!

hoje ou amanhã o sol brilhará e não deixarei de dizer que a vida é bela apesar do travo do cravo na boca na ponta da arma de um abril de nevoeiro e uma praia vazia onde os barcos já não conhecem os portos e as pessoas não embarcam pois o óleo não deixa!

aquece-me então os lábios com beijos como brasas debaixo da mesa da cozinha onde jornais defendem a pele da dor do calor do quente do fogo das brasas...!

segunda-feira, 27 de março de 2006

Dia Mundial do Teatro


e para festejar ensaio eu o teatro e o cinema no mesmo prato.
vejam teatro e acreditem nos vossos olhos mas dêem ouvidos aos que estão por dentro e que fazem teatro com paixão! ora viva!

Kundera partido por mim

A Lentidão de Milan Kundera

Quando eu era pequeno, diziam-me que, se encostasse uma concha ao ouvido, ouviria o murmúrio imemorial do mar...viverá o homem desde sempre no interior de uma dessas conchas ressoantes?

Há um elo secreto entre a lentidão e a memória, entre a velocidade e o esquecimento.

O amor é um dom não merecido; ser-se amado sem mérito é justamente a prova de um amor verdadeiro.

Pensamos sempre que as oportunidades de um homem são mais ou menos determinadas pela sua aparência, pela beleza ou fealdade do seu rosto, pela sua conformação... Errado. É a voz que decide tudo. Tudo depende da força da voz.

Tendemos a esquecer demasiado depressa.

Tudo o que fazemos, seja poesia ou seja ciência, é uma revolta.

Não podemos escolher a época em que nascemos. E vivemos todos debaixo do olhar das câmaras.

Estou a fazer-te festas nos seios mas só penso no teu olho do cu.

Poderá deveras passar-se tão ligeiramente da admiração ao desprezo?

asas para que vos quero?

uma é minha, outra é tua e a outra de quem é?


um verão diferente - diriam as minhas primas

as moscas da água verde azul de lodo

rodeados pelos fogos mesmo ali

e nós na água no lago que levanta pó por dentro

mais lento é o seu movimento pois as águas são pesadas como os corpos!

sábado, 25 de março de 2006

amigos são amizades deviam ser cães fiéis!

era mais uma vez um cão magro piolhento pulgalhento que queria
amar-me!

o mau tempo é bom e uma memória de criança


aqui ou ali um sorriso supenso ou um beijo prometido no pescoço que escorrega como espuma que bate nos ombros e com o guardanapo de pano limpo os cantos do mundo para que possa respirar mais leve como se chamasse os pássaros

eu já na primavera e ainda tanta gente no inverno
aqueço os joelhos nos pedais da minha bicicleta azul prateada e caio sempre que a monto.
volto a montá-la e deixo a pedra da calçada escorregar até os guarda-chuvas voarem

a tipa grita fado ou o enfado que me farta a tripa
fadas fodas fieis ou não, não importa
importa ou que vem pois nem sempre são peixes
são as horas e são os fios
são os figos do pensamento da aldeia insconsciente
do bolo d'avó e do cheiro a naftalina
tanto porco tanta poica terra que o combóio passa na linha e não pára
não podemos apanhar laranjas
a laranjada antiga na casa da tia
sorvo
um pássaro corvo que voa e não era um grito que o matou
afogado o corpo mole que insistia ficar na água

amén!

o futuro está para o novo circo

se gostarem de circo e das suas artes então aproveitem e iniciem-se nesta viagem - www.cordabamba.com !

sexta-feira, 24 de março de 2006

quando é tarde já

masco a pastilha que m'arde na língua até acordar o estômago
repito o que fiz diz
disse
faço-o outra vez agora
na hora do nosso sono
do anseio entre as pernas entre os lençóis
- faça o favor de entrar
não toques à campaínha que ela dói no ouvido, que me acorda
a corda dos vizinhos onde está?

boa noite! vou fechar as pálpebras e aliviar no sono

os poemas saem-me das mãos



aqui contra o tempo a caspa dos ombros que fica presa aos fios do meu casaco

sacudo-me em vão e o verão ainda não começou mais parece neve

partiram-se-me as horas as hortas os ponteiros os tomateiros

rasgo a terra pesada

rasgada a terra salivo-me para mostrar o que sinto por dentro

só eu ouvi!

o cinema vem ao teatro

o www.teatrobruto.com mistura cinema e teatro - alter ego - no cinema passos manuel a partir de 3 maio.

histórias amarelas

acabei de abrir isto e não sei o que isto é
tenho mãos que preferem a terra
o arrancar das raízes
do vento que se esconde entres os meus cabelos...!

digam coisas!

abraço e um coração