segunda-feira, 27 de março de 2006

Kundera partido por mim

A Lentidão de Milan Kundera

Quando eu era pequeno, diziam-me que, se encostasse uma concha ao ouvido, ouviria o murmúrio imemorial do mar...viverá o homem desde sempre no interior de uma dessas conchas ressoantes?

Há um elo secreto entre a lentidão e a memória, entre a velocidade e o esquecimento.

O amor é um dom não merecido; ser-se amado sem mérito é justamente a prova de um amor verdadeiro.

Pensamos sempre que as oportunidades de um homem são mais ou menos determinadas pela sua aparência, pela beleza ou fealdade do seu rosto, pela sua conformação... Errado. É a voz que decide tudo. Tudo depende da força da voz.

Tendemos a esquecer demasiado depressa.

Tudo o que fazemos, seja poesia ou seja ciência, é uma revolta.

Não podemos escolher a época em que nascemos. E vivemos todos debaixo do olhar das câmaras.

Estou a fazer-te festas nos seios mas só penso no teu olho do cu.

Poderá deveras passar-se tão ligeiramente da admiração ao desprezo?